segunda-feira, 26 de abril de 2010

Um dia após o outro

Bem que dizem que não há nada como um dia após o outro...


Como havia dito na postagem de sexta-feira, tinha muito medo do jogo de ontem. O Inter vinha numa fase crescente, e o Grêmio andou mal das pernas nessa reta final de campeonato. Mas, e há um mas em tudo, como diria o amigo Hiltor Mombach, o Grêmio acertou dois testaços no arco do castelhano Pato Abbondanzieri e, assim, deu um grande passo rumo ao título do Gauchão.


Rodrigo e Borges fizeram os gols do tricolor, de cabeça, num Beira-Rio lotado de colorados fanáticos e esperançosos. Heróis da vitória? Talvez não. Jorge Fossati também brilhou nessa primeira partida da final, e interferiu também na segunda partida, que será disputada no próximo domingo no Olímpico. O técnico uruguaio, desesperado em busca da vitória, sacou o volante Sandro da equipe para colocar mais um atacante. Fez isso também com D'Alessandro. Assim o Inter ficou com quatro atacantes em campo, e apenas dois no meio-de-campo. O que aconteceu foi que Guiñazú ficou sozinho na marcação dos cinco meio-campistas do Grêmio, e acabou tomando amarelo. Como estava pendurado, não jogará a próxima partida.


Não tenho pretensão aqui de ensinar Fossati a treinar um time de futebol, até porque ele tem no currículo bem mais que meu campeonato de futebol de areia lá na pacata São Gabriel, mas em um time que tem decidido os jogos a seu favor graças aos arremates precisos de fora da área de seus meio-campistas, não adianta rechear a área de centroavantes trombadores sem característica de armação. Tanto que eles mal tocaram na bola enquanto estiveram em campo.


Agora me resta apenas esperar o domingo, com o coração infinitamente mais aliviado do que no último final de semana.

Goleiro, uma profissão para poucos

Qualquer um pode jogar na frente, na lateral, no meio ou na defesa, improvisado e se dar bem. Mas para se dar bem debaixo do arco são outros quinhentos. Até porque, geralmente quando se é mandado para o gol é de contragosto.


Há pouco eu não entendia porque alguém decidia ser goleiro. Uma criança diz: _quero ser goleiro. Só goleiro, nãos esses que batem falta, pênalti e a cada jogo fazem milagres salvadores. Decidem ser goleiro e enfrentar as paradinhas, as jogadas ensaiadas, que desmontam qualquer barreira. Não conseguia entender porque, afinal, alguém queria jogar contando apenas com três amigos: as duas traves e o travessão, sendo que muitas vezes esses amigos o traem.


Quem me respondeu foi meu primo, de apenas 10 anos. Ele me disse que era goleiro. Achei que seria meia ou zagueiro, mas não. Preferiu jogar com a camisa 1 nas costas e as havaianas nas mãos. Perguntei por que ele decidiu ser goleiro e o garotinho respondeu na lata com a sinceridade, espontaneidade e razão que sua idade lhe confere:


_Eu gosto de defender. Meus colegas jogam melhor que eu; e eu ataco melhor que todos.


Na verdade ele já dava indícios. Eu que não queria enxergar. Era por isso que ele usava aquele pedaço de couro no joelho das calças.


Tem nome de craque. Renah é o nome dele. Guardem esse nome.


Parabéns, Renah. 26 de abril é o teu dia. O dia de uma das profissões mais difíceis, depois, é claro, de minerador e de marido de mulher autoritária. Essas sim são as profissões mais estressantes e complicadas que já inventaram no mundo inteiro.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O grande duelo: Abbondanzieri vs Victor

O Internacional favorito no clássico GreNal desse final de semana no Beira Rio. FAVORITAÇO! Vai ganhar por que é melhor que o time da Azenha. Vai ganhar por que está em melhor fase. Por que tem mais estrela. Se tiver sorte vai ganhar com um escore elevado que garantirá, já no primeiro encontro, a taça do Gauchão 2010. Mas se isso não acontecer não vai ser fácil segurar o Grêmio de Douglas com seus passes para Borges e Jonas no Olímpico.


Tenho mais medo do Jonas que do Borges, pois os gols que o Inter costuma tomar são justamente os gols que Jonas converte: bate, rebate e gol.


Mesmo assim aposto no Colorado. Tá na pedra.


Fiz uma comparações entre todos os jogadores da dupla que vão para a partida. Das 11 posições, os jogadores do Internacional levam vantagem sobre seus correspondentes em, pelo menos 8. Expliquei cada vantagem e desvantagem, mas vou resumir.


Os zagueiros: 1x1. Mário Fernandes melhor que Bolívar; Sorondo Melhor que Rodrigo.


Nas laterais o Inter é melhor nas duas, com ou sem Fábio Santos. Fossati deve usar bastante as laterais nessa partida.


Nas 4 posições da meia cancha o time colorado é superior em todas. Digo mais: O pior do Inter é melhor que o melhor do tricolor.


No ataque o Grêmio leva vantagem. Tem dois atacantes mais eficientes que os dois do Inter, mas vale lembrar que não tem reservas.


E os Goleiros? Abbondanzieri VS Victor


Esse é o duelo Gre-Nal. São eles quem irão decidir a partida de domingo. Victor tem tudo para se destacar positivamente, ao contraio de Pato. Somando a soberania colorada à estrela do argentino, subtraindo os rebotes... o q posso dizer?


Abbondanzieri vai soltar a bola para Jonas marcar um gol, vai rezar para o Inter fazer mais gols e vai segurar, milagrosamente, a vitória colorada.


E digo mais..

Não tá morto quem peleia...

Vivemos a semana Gre-Nal. E, como sempre, é época de discussões que por vezes geram brigas. E aqui vai mais um pitaco pra esse esperado jogo de domingo, no Beira-Rio.


No papel, o time do Inter é, sim, infinitamente melhor que o do Grêmio. Após as últimas atuações da dupla, o que constatamos é que dentro de campo, o colorado também está melhor. Venceu e convenceu nos seus dois últimos jogos, contra Pelotas e Deportivo Quito. D'Alessandro voltou a mostrar o belo futebol que fez Fernando Carvalho buscá-lo para compor a meia cancha colorada e Andrezinho finalmente foi declarado titular pelo treinador Fossati. Andrezinho este que sempre que entrou em campo, encheu os olhos do torcedor colorado. Sem falar na fase boa e de confiança em que se encontram Bolívar, Giuliano, Walter, Alecsandro...


Já o Grêmio, que encantou o Rio Grande do Sul no primeiro turno do Gauchão, eliminou mal e porcamente na Copa do Brasil o fraco time do Avaí. Exibiu um futebol patético e preguiçoso nas últimas duas partidas disputadas. Ainda por cima, contará com os desfalques de Maylson, machucado, e Douglas, que cumpre suspensão automática. E como se não bastasse isso, o incrível treinador Silas, desprovido de muita sabedoria futebolística, cogita escalar Fábio Rochemback para substituir Douglas. Não sei se espero o pior de Rochemback de volante, ou improvisado na meia.


Por essas e outras, que meu coração gremista já está preparado para sofrer no próximo domingo...

domingo, 18 de abril de 2010

As (in)certezas de Fossati

Algumas pessoas tem convicções que não consigo compreender. Acreditam em suas teses como verdades de mãe. E mãe não mente.


Uma vez um amigo contou que conhecia um lugar em São Gabriel onde os pés de soja alcançavam dois metros de altura. Ninguém acreditou nessa história sem cabimento, já que estávamos todos de borracheira, mas rendeu boas risadas a noite inteira. Mas o que me impressionou foi que no outro dia ele reafirmou essa história. Ainda acrescentou que tinha visto “com esses olhos verdes que um dia a terra há de comer”.


Essa história mirabolante do meu amigo não o prejudica em nada. Já o treinador do Internacional, Jorge Fossati, que assim como o Tiago, carrega certezas duvidáveis está em uma profissão -mais que isso- em uma situação em que algumas convicções furadas podem afundá-lo.


O sistema 3-5-2, por exemplo. Tudo bem que no plantel colorado há zagueiros que jogam como laterais e laterais que “curtem uma de ponta”. E que tudo isso junto favorece o treinador a mudar o esquema de jogo da equipe com apenas dois ou três sinais para o campo, mas será que ele não percebe que quando joga com três zagueiros toma gols e logo em seguida vê-se obrigado a impor o 4-4-2 ou até mesmo 4-3-3 para recuperar o escore e geralmente da certo, como hoje contra o Pelotas, na decisão da Taça Fábio Koff.


Só não entendo por que ele não inicia todos os jogos com o eficiente 4-4-2, que é o esquema de ganhar jogo. Assim o Inter poderia garantir a vitória já no primeiro tempo e, se seu capricho exigir , que mude para 3-5-2 no final de jogo, tome o gol e mantenha os três pontos da vitória e a paz na casa-mata.


O jogo de hoje como exemplo:

_Primeiro tempo: Enquanto tinha três zagueiros o Pelotas teve duas chances de gols. Converteu as duas. Antes do intervalo Bolívar diminuiu a vantagem dos visitantes. 2 a 1.

_Segundo tempo: Depois de mudar alguns jogadores e o esquema para 4-3-3, o Pelotas não teve sequer uma única chance de gol, já o colorado fez dois (com Edu e D’Alessandro, que entraram no segundo tempo), virando o jogo para 3 a 2. Vitória colorada e Fábio Koff de novo no Beira Rio.

Agora é final, gurizada.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Jonas: finalmente uma unanimidade

Jonas, vice-artilheiro da Série B do Campeonato Brasileiro de 2006 pelo Guarani, foi jogar no Santos que tinha recém perdido Robinho para o futebol europeu. Na Vila Belmiro, jogou algumas partidas medianas, mas não chegou aos pés de Robinho, considerado o sucessor de Pelé e que deixou saudades na Baixada Santista.


Contratado pelo Grêmio, não vingou e foi repassado a Portuguesa por empréstimo, para jogar ao lado dos ex-gremistas Patrício e Bruno Teles. Após uma boa passagem pela Lusa, onde marcou muitos gols, voltou a Porto Alegre e, no início de 2009, era considerado uma moeda de troca do time gaúcho, que já contava com uma dupla de ataque de encher os olhos de qualquer torcedor: Máxi Lopez e Alex Mineiro.


Aconteceu que o Alex do tricolor gaúcho não lembrou em nada o centroavante goleador dos tempos de Atlético-MG, Palmeiras e Atlético-PR. Assim Jonas foi ganhando espaço durante a Copa Libertadores da América. Ao errar um dos gols mais feitos da história do futebol, contra o Boyacá Chicó, foi eleito pela crítica internacional o pior atacante do mundo. Mas Jonas não se deixou abalar e garantiu sua titularidade durante o Brasileirão do ano passado. Disputou a artilharia do campeonato com goleadores natos, como Adriano e Diego Tardelli, e chegou a liderar a lista dos melhores marcadores. Porém, faltando pouco mais de dez rodadas, o atacante sofreu uma lesão que o tirou do restante do certame.


Ainda na lembrança da torcida tricolor pelos gols marcados na temporada passada, começou 2010 novamente na sombra de outros atacantes. Leandro e Borges foram contratados para formarem a dupla de ataque. Mas dessa vez não demorou para mostrar serviço. Leandro foi deslocado para o meio-campo, e Jonas assumiu seu lugar na frente. Junto com Borges, é a certeza de gol gremista no Gauchão e na Copa do Brasil, e a esperança de vitórias no Campeonato Brasileiro deste ano.