quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Recuerdos de uma infância não tão remota


No último sábado, meu pai e eu fomos ao campo do Ginásio, em frente à nossa casa, para acompanhar a final do Campeonato Brasileiro do Ginásio São Gabriel. Naquelas quase duas horas, o jogo passou por mim quase que despercebido. Claro que não pude deixar de ver os golaços do Mota, driblando dois zagueiros, e o do Mano, que acertou o ângulo numa cobrança de falta.

O que me fez deixar o jogo de lado, foi o grande número de lembranças boas que carregava ali daquele campo, talvez daquele mesmo lugar na arquibancada. Durante quase 10 anos da minha vida, era rara a tarde de sábado em que eu não passava lá, na arquibancada, esperando os 10 minutos de intervalo entre os jogos, para arriscar meus primeiros chutes à gol.

No tempo em que o melhor time começava pela zaga comandada por Odilson e Ná, com Serrinha na lateral, João Cusco no meio e Chicão de centroavante. Mas uma zaga com Cilon e Chinês também amedrontava os atacantes. No apito, o Marec. Caso ele se complicasse no comando, o eterno respeitado Irmão Aurélio tava ali pra dar o apoio.

O campeonato originalmente era disputado apenas por pais de alunos da extinta Escola Marista. Com o passar dos anos, os filhos se formavam e ficava a vontade de seguir naquele ambiente, praticando esporte e cultivando amizades. Então aceitou-se a entrada de atletas sem filhos matriculados, mas que tivessem uma idade mínima estabelecida pela APM, a Associação de Pais e Mestres.

Para jogar no Ginásio, não precisava ser bom jogador. Sempre bastou ser bom companheiro. Se o chute era torto e ganhava as telhas do Menna Barreto, o gandula Natureza tava sempre pronto no pé da escada para buscar a bola. Na "panelinha", normalmente posicionada embaixo do pé de jambolão, sempre estavam ótimos piadistas que, ao me enxergarem entrando com o pai pelo portão lateral com a bola da Coca-Cola embaixo do braço, já mandavam a charada: "-Ô Caco, não traz o teu guri que ele desaprende a jogar". E o pai repicava: "-Capaz, esse aqui vai puxar a mim".

Como o pai não jogava muita coisa, as duas frases reproduzidas significam quase a mesma coisa. E entre lembranças e mates, ia passando a tarde do sábado, até que escuto um grito debaixo do tal pé de jambolão, hoje bem maior: "-Caquinho, busca uma cerveja ali pro tio". É, tudo continua igual...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

De qualquer forma, no sofá!


Chegamos a mais uma quarta-feira, tradicional dia do namoro no sofá, mas que para os desportistas tem outro significado: dia do futebol.

Nesta noite, acontece a finalíssima da 50ª edição da Copa Libertadores da América, entre Internacional, do Brasil, e Deportivo Guadalajara, conhecido como Chivas, do México. O nome do torneio homenageia os principais líderes da independência dos países da América do Sul: José de San Martín, Simon Bolívar, José Artigas, Antonio José de Sucre, Bernardo O'Higgins e o nosso Dom Pedro I. Se o torneio é sul-americano, e homenageia líderes sul-americanos, por que raios temos um mexicano na final? Porque desde que começou a ser patrocinada pela japonesa Toyota (hoje são os espanhóis do Santander) a competição aceita times mexicanos como convidados, mas que não disputam a vaga para o Mundial de Clubes da FIFA, por concorrerem às vagas destinadas à CONCACAF.

Começa por aí a lambança, visto que o Internacional joga a final da tradicional Libertadores com a vaga garantida para o Mundial, que esse ano será em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Outro absurdo ocorreu na primeira partida da final, no moderno e novo estádio Omnilife, na região metropolitana de Guadalajara. Apesar de tudo indicar que o futuro do futebol terá bolas chipadas rolando em gramados de plástico, não é correto fazer experiências em uma final importante.

Apesar de pequenas dúvidas relativas à lesões, os dois times estão praticamente definidos e se enfrentam logo mais, às 22h, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. E nós estaremos, de qualquer forma, no sofá...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Outra vez, Renato!


Após uma sequência de resultados negativos, Silas foi demitido do Grêmio. Primeiro dos problemas: a época. Desde a primeira balançada do treinador, até o jogo deste domingo, bons nomes estiveram disponíveis no mercado, para comandar o tricolor. Mas Silas tinha o respaldo de Luís Onofre Meira, diretor de futebol, e assim ia ficando. Agora, que os principais treinadores do país estão empregados, o presidente Duda Kroeff decidiu renovar o futebol, e nisso entende-se treinador, auxiliar e diretor.

Disputada quase a metade do Campeonato Brasileiro, o Grêmio ocupa a 18ª posição do campeonato, mas conta no elenco com jogadores que seriam titular nos clubes da primeira divisão. O que falta então? A torcida sempre achou que era motivação, e pelo jeito convenceram o presidente. Tanto que o escolhido para a função foi Renato Portaluppi, o autor do gol do título mundial. Renato está longe de ser considerado um excelente treinador, mas certamente tirará o tricolor desta situação, como bom motivador que é, e também por ser apaixonado pelo Grêmio. Tanto, que pensou até em não aceitar a proposta, com medo de decepcionar a torcida gremista. Mas chega à capital nesta quarta-feira, e já começa os trabalhos no jogo de volta contra o Goiás, na quinta, válido pela Copa Sul-Americana.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Desabafo

Copa, depois de ler tua manifestação decidi fazer um desabafo também. Na verdade gostaria que tu fosse mais minha amiga. Talvez essa carta sele um pacto de amizade entre nós.

Creio que não viverei tanto tempo. Ainda sou nova, mas já passei por várias experiências. A primeira delas foi uma agulhada que me encheu de esperança. Me apertavam, me entreolhavam e alguns segundos ganhei o ar, ganhei o mundo. Alguém que vestia algo que parecia um uniforme me ergueu como se fosse um troféu. Me olhou nos olhos e me deu um tapinha de saudação ao mundo.

Depois disso uma enfermeira me levou até o berçário. Todo mundo me olhava, queria apertar minhas bochechas, me tocar. Conseguia ouvir cochichos. Diziam que eu era diferente. Mais leve que o normal e mais espevitada também. Mesmo assim o pessoal me olhava com cobiça. Com gana. Com desejo. Fiquei toda boba. Toda exibida.

Até que me tiraram daquele aquário. Começava minha vida. Fizeram alguns teste comigo. Diziam que eu era superdotada, um prodígio, uma obra perfeita dos deuses. Depois de todos os elogios e saudações deixei que me usassem como bem entendiam. Qualquer um que se aproximava me tinha como queriam e podiam. Alguns até me controlavam, outros não tinham tanta intimidade comigo nem com minha família.

O tempo passava rápido. Na mesma proporção ganhava experiência nas viagens pelo mundo afora. Ganhei mais depressa ainda. O pessoal que antes me adorava passou a me fazer críticas severas. Parecia um complô. Era uma bola de neve. Todos decidiram falar mal de mim. Meu analista disse que era pelo meu rompante e além do mais eu já não passava tanta confiança para ninguém.

A culpa não era minha. Eu só queria ser amada. Tinha gente que até me beijava e abraça e me defendia. Afinal ainda existe Direitos Humanos. A imprensa me procurava. Virei manchete no mundo inteiro. Não conseguia me redimir. Continuavam me humilhando, me surrando, dizendo que eu era a ovelha negra da minha família. Eu era um cachorro morto e ainda me chutavam. De um lado para o outro. Ninguém queria conversa comigo. Diziam que eu era uma farsante.

Por alguns lugares que passei o ódio por mim é unânime. Não houve direito de resposta. Tudo aconteceu rápido demais. Em pouco tempo não aparecia mais em público. Só rodava por vilarejos. Ainda assim era motivo de chacota, mas o pessoal tinha o mínimo de respeito por mim. Em lugares mais humildes o pessoal se esmerava para me receber em casa. Apesar de dificuldades preparavam até churrasco para me recepcionar. Se eu era amada de verdade não sei, mas tinha gente que se exibia por estar por perto de mim. Pediam fotos e quase sempre marcavam novos encontros, mesmo sem entender meu nome e fazer confusão não cansavam de correr atrás, pena que vou morrendo a cada encontro. É por isso que vou fazendo minhas peripécias. Eu só quero ser amada e ficar para história.

Att,

Menina Jabulani

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Copa do Mundo, muito prazer!

Boa noite!

Resolvi mandar uma carta aberta ao mundo, pois já cansei de escutar milhões de pessoas falando de mim, mal ou bem, e eu escutando tudo isso sem manifestar reação. Então, vou expor minhas qualidades e defeitos, e você que estiver lendo isto no metrô, ou sentado na privada, pensa o que bem entender.

Este ano, comemoro meu 80º aniversário. Nasci no Uruguai, em meados de 1930. Nessa época pouquíssima gente me respeitava, atualmente sou famosa em todo o planeta. Fui criada para unir os povos em uma festividade futebolística a cada quatro anos. O engraçado é que hoje em dia tem gente me usando até como carro-chefe de plataforma político-eleitoreira. Vê se pode(risos)!

Um desses caras aí, não lembro bem o nome(mas enquanto conversávamos percebi que ele não tinha um dos dedos da mão), veio me convidar para comemorar meu aniversário de 2014 no seu país. A ideia dele, utilizando meu reconhecimento mundial, é atrair visitantes e mostrar sua nação para o mundo, além, é claro, de se auto-promover. Mas o coitado mal sabe que isso implicará num alto custo. Segurança, hotel de alto nível e muita mão-de-obra à minha disposição. Também quero alguns pontos turísticos para tirar fotos, porque também sou de ferro, mas acredito que essa parte seja fácil. Vai saber também se estarei vivendo até lá...

Com esse pensamento, sigo minhas férias aqui na África, lugar onde vim para trazer alguns sorrisos para este povo sofrido daqui, assim como faz Rita Cadillac quando visita os presídios paulistas.

Obrigado pela atenção,
Copa do Mundo

Roth, o melhor do Brasil

Tudo bem que não sonhava com o Celso Roth no colorado, mas a realidade foi bastante favorável a sua contratação. Tudo conspirou. Os "gremistas" Felipão e Adilson além de exigências como de levar toda comissão técnica por altos salários eles são gremistas. Claro que qualquer colorado faria vista grossa para a identificação do Felipão com os tricolores.
Depois do anúncio do Roth como substituto de Jorge Fossati, me disseram: "A boca fala o c# paga". se referindo ao fato de eu sempre defender que o Roth é o melhor treinador do Brasil.
Eu explico porque. A exemplo deos últimos anos, quando treinava o próprio Grêmio e depois o Atético Mineiro, ambos com plantel de reduzida qualidade técnica. Apesar disso Roth classificou o time gaúcho para a Libertadores do ano seguinte. Tudo isso com um time que no início do campeonato era cotado para na melhor das hipóteses na zona da Copa Sul Americana. Na base de empenho, entrega, união do grupo e alguns raros lampejos de criatividade de alguns jogadores o Grêmio chegava na área adversária e no bate-rebate empurrava a redonda para o fundo das redes (às vezes ela nem balançava). Mais ou menos assim foi no clube mineiro.
Sei que vão mecontra-argumentar que nos dois casos citados ele foi uma espécie de flanelinha, guardando lugar para quem vinha de trás e na reta final o ultrapassa. Um Rubinho.
Ou então vão dizer que ele não ganha Gre-Nal.
Pois eu respondo que não vejo o colorado como campeão brasileiro em dezembro, no máximo como Campeão da Libertadores, agora após a Copa do Mundo e em dezembro Campeão Mundial de Clubes, como em 2006. Portanto se o contestado Roth nos colocar no G4 está ótimo. Ah, no Gre-Nal do 5 a 2 era o Roth na casamata.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Achados & Perdidos: Sangaletti

Marcelo Antônio Sangaletti nasceu em Dois Córregos(SP), no dia 1º de junho de 1971, mas mudou-se cedo com a família para São Carlos(SP). Começou no futebol como volante, no XV de Jaú. Com o bom futebol que demonstrou, foi aos 24 anos para o Guarani. Após duas temporadas em Campinas, transferiu-se para o Corinthians, onde foi campeão paulista de 1997. Sangaletti tornou-se zagueiro, e antes de vir para o Internacional, ganhou ainda cinco títulos pernambucanos, atuando pelo Sport(1998, 1999 e 2000) e pelo Náutico(2001 e 2002). Chegou à Porto Alegre no início de 2003, e participou das conquistas dos estaduais de 2003, 2004 e 2005. Porém, durante a temporada, Sangaletti optou por encerrar relativamente cedo sua carreira como jogador, aos 34 anos, devido à uma luxação no braço que inviabilizou seu aproveitamento durante vários jogos do Inter pelo Campeonato Brasileiro.

Sangaletti seguiu no meio futebolístico, onde trabalhou durante o ano de 2008 como superintendente de futebol do Náutico. Mas após um desentendimento com o então treinador Roberto Fernandes, o ex-zagueiro deixou o clube. No segundo semestre de 2009, após a saída do treinador, retornou ao clube pernambucano, para ocupar a mesma função que desempenhava.

Frases do futebol: Correria e Sorte

"Tática de futebol é como máquina fotográfica: a cada três meses surge um modelo novo, e o anterior fica obsoleto." (Carlos Bilardo, técnico argentino)

"Até 1970 o futebol era jogado, hoje é corrido." (Otacílio Gonçalves, ex-treinador e comentarista)

"Técnico qualquer pessoa é, mas jogador precisa saber jogar." (Edinho, ex-jogador e técnico)

"Eu não acredito em sorte no futebol, mas acho que ela é necessária." (Alan Ball, ex-jogador inglês)

"Os jogadores de futebol nunca sabem porque são substituídos - até virarem técnicos." (Bobby Robson, ex-jogador e técnico inglês)

"O melhor lugar para se defender é na grande área - do adversário." (Jock Stein, técnico escocês)

Frases do futebol: Brincadeira de criança

"Futebol é um aprendizado de longa duração, como violino e piano: as primeiras e melhores lições devem ser aprendidas na infância." (Gabriel Hanot, um dos fundadores da FIFA)

"Futebol é anterior ao sexo." (Nelson Rodrigues, jornalista e dramaturgo carioca)

"A pelada é a matriz do futebol." (Chico Buarque de Holanda, compositor e cantor)

"Futebol é a única orientação universal." (João Havelange, ex-presidente da FIFA)

"Qualquer menino pode jogar futebol sozinho, apenas com uma parede como parceria: por isso ela é o único titular de todos os jogos da infância." (Jorge Valdano, técnico argentino)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Achados & Perdidos: Sílvio



Sílvio Renato Nunes nasceu em Joinville, no dia 1º de setembro de 1965. Sílvio iniciou a carreira no Joinville Esporte Clube, em 1985. Atuou ainda pelo Santo André e pelo União São João, antes de vir para o Grêmio em 1995. No tricolor gaúcho ficou até o fim do ano 2000.



A carreira do goleiro ficou marcada por uma partida com a camisa gremista, na primeira partida da semifinal da Copa do Brasil de 1997. Danrlei, o goleiro titular, tinha sido expulso nas quartas-de-final, contra o Vitória. Murilo, o reserva imediato, começou jogando a semifinal contra o Corinthians, e Sílvio ganhou uma vaga no banco de reservas. Durante a partida, Murilo evita um drible de Tulio com a mão, fora da área, e é expulso pelo árbitro Márcio Rezende de Freitas. Então, Sílvio foi acionado pelo treinador Evaristo de Macedo. Esta partida ainda lhe reservara mais emoções. No final da segunda etapa, o juiz marca um pênalti duvidoso de Roger em cima do lateral Rodrigo. Marcelinho Carioca, que já havia feito um gol de falta, executou a cobrança, rasteira, e Sílvio acompanhou de perto a bola que passou por ele, mas não pela trave direita. Sílvio, o herói momentâneo, acabou esta partida com um dedo da mão quebrado. O Grêmio venceu por 2 a 1 e encaminhou a classificação que viria na outra semana, em Porto Alegre.



Após encerrar a carreira, Sílvio trabalhou no Joinville Esporte Clube como preparador de goleiros e treinador das categorias de base. Hoje, é treinador da Sociedade Desportiva Camboriuense.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Achados & Perdidos: Ânderson Lima



Ânderson Lima Veiga, ou somente Ânderson Lima, nasceu em São Paulo no dia 18 de março de 1973. Iniciou no futebol em 1984 atuando nas categorias de base do Juventus, da Mooca. Após breve passagem pelo Guarani, o jogador foi contratado pelo Santos, ajudando a equipe a ganhar o Torneio Rio-São Paulo em 1997 e a Copa Conmebol em 1998. Em 1999, foi emprestado ao São Paulo e só não ficou no Morumbi porque o Santos pediu alto por sua liberação. Porém, em 2000, o Grêmio apostou em seu futebol e não se arrependeu.



Ânderson Lima foi um dos destaques e líder do time gaúcho, ajudando a equipe a conquistar a Copa do Brasil e o Gauchão de 2001. Em 2004, no São Caetano com o técnico Muricy Ramalho, conquistou o Campeonato Paulista. Foi jogar no Japão, pelo Albirex Niigata, e retornou novamente ao São Caetano antes de atuar pelo Coritiba e conquistar o Brasileiro da série B em 2007. Ânderson Lima ainda jogou por Ituano, Bragantino e foi vice-campeão catarinense no ano de 2009 pela Chapecoense.



Aos 36 anos, o atleta deixou os campos enquanto atuava pelo Oeste, para iniciar uma nova etapa profissional, como técnico de futebol. Já participou no Rio de Janeiro do Curso de Técnicas Específicas de Futebol realizado pela Associação Brasileira de Técnicos de Futebol (ABTF), com palestras, entre outros, de Carlos Alberto Parreira e José Luis Runco. Hoje, é assistente-técnico do treinador Jorginho, da Portuguesa.


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Frases do futebol: Festa e Alma

"Futebol bem jogado é o mais belo espetáculo de imagens do mundo." (Steven Spielberg, cineasta americano)

"Futebol deveria ser sempre uma festa para a gente ir com a melhor roupa." (Paulo Roberto Falcão, comentarista e ex-jogador)

"O conhecimento da alma humana passa por um campo de futebol." (Albert Camus, escritor francês)

"O futebol é a única diversão da América espanhola." (José Chilavert, ex-goleiro paraguaio)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Achados & perdidos: Zinho


Talvez alguém que dedicou a vida inteira ao futebol até se aposentar se torne um médico, um engenheiro ou vendedor de churros ou até mesmo comentarista esportivo. Talvez alguns cogitassem que Crizam Cézar de Oliveira Filho deveria ser diarista, por conta de seu desagradável apelido de enceradeira, mas não. Crizam levou adiante seu outro apelido: Zinho. Chamado assim, o jogador se sagrou um multicampeão. Revelado pelo Flamengo com 18 anos em 1986, o jogador nascido em Nova Iguaçu, antes mesmo de completar 19 anos já conquistava seu 1º título, a Taça Rio, que foi convertida no campeonato Carioca daquele ano, jogando ao lado de ninguém menos que Arthur Antunes Coimbra. Ele mesmo: Zico. Em mais três anos jogando pelo rubro-negro, conquistou mais dois Campeonatos Cariocas (1991 e 2004, esse último em sua segunda passagem pelo clube), uma Copa do Brasil(1990) e dois Brasileirões em 1987 3 1992.


Jogando no palmeiras, Zinho quase completou sua estante. Só lhe faltou um Mundial Interclubes. No Parque Antártica também deu inúmeras voltas olímpicas. Conquistou um Campeonato Paulista em 1993 e a Taça Rio-São Paulo e seu terceiro Brasileirão. O ano de 1994 ainda lhe reservaria a maior consagração para um jogador de futebol. Zinho conquistou a Copa do Mundo com a Seleção Brasileira, o tetra. No Verdão ainda conquistou seu quarto Brasileirão(1994), sua segunda Copa do Brasil(1998), e ainda uma Copa Mercosul (1998)e uma Libertadores da América em 1999.


Em 2001- já no Grêmio- mostrou que assim como o tricolor gaúcho, também adora Copa do Brasil, era a terceira na carreira dele, a quarta na história do Grêmio.


Se ele adorava Copa do Brasil, no Cruzeiro mostrou que era loucamente, apaixonado por campeonato Brasileiro. Em 2003 conquistava seu quinto título nacional, quando igualou a marca de seu ex-companheiro de Flamengo, Andrade (que em 2009 conquistou seu sexto título, desta vez como treinado do rubro-negro carioca).


Quando parecia que não tinha mais onde colocar faixas de campeão em seu corpo, e dando mostras que estava entrando no declínio de sua carreira e apelidado de enceradeira, Zinho mostrou que ainda tinha uma parte de seu corpo que faltava uma faixa. Voltou para casa. Não era a aposentadoria. Pelo menos não ainda. Foi encerrar a carreira no Nova Iguaçu(já que não conseguiu encerrar a carreira no flamengo, como pretendia em 2004; quando brigou com o técnico Cuca e foi mandado embora). Queria se despedir das chuteiras em cima de um palanque. Jogou a segunda divisão carioca e foi campeão pelo time da cidade natal. Só não parou por ali pois recebeu uma proposta do Miami. Foi para os Esteites e não teve tanta sorte. Ou não teve onde colocar mais faixas. Encerrou a carreira de jogador de futebol por lá na terra do Tio Sam. Por lá mesmo, no final de 2006, aceitou o convite para ser o técnico do Miami.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Frigorífico de promessas


Quando um garoto ingressa pela primeira vez em uma escolinha de futebol, tem na cabeça o sonho de ser um famoso jogador e ir o quanto antes para a Europa. Mal sabe que isso pode ser mortal para sua carreira.


Inúmeras revelações do futebol brasileiro acabam sendo esquecidas ao escolherem mal o destino. Ao vislumbrar a chance de concretizar rapidamente seu sonho de infância, seja por escolha própria ou de seus empresários e procuradores, aceitam as primeiras propostas que lhes é oferecida. Passam pela Lisboa, do Benfica, pela Madrid, do Real, pela Milão dos gigante Milan e Internazionale, tudo isso de avião, pois o destino é o leste europeu, mais precisamente a fria e distante Ucrânia. Ilsinho, Jádson, Luiz Adriano; alguém lembra deles? Giuliano, meia do Internacional, foi perguntado no final do ano passado sobre o motivo de ele ter se recusado a entrar para essa lista de esquecidos. Sua resposta? O menino disse que, quando sair do Inter, quer ir para um clube maior e com mais visibilidade. Corretíssima a sua decisão. Acredito que se o sonho é jogar, por exemplo, no Milan, é mais fácil chegar lá indo primeiro para um clube menor, mas dentro do mesmo campeonato, como Chievo ou Catania, do que esconder-se no Shaktar Donetsk, como os jogadores citados acima. A maioria dos que chegam lá, acabam retornando ao Brasil e desistindo de voltar ao velho continente, como dois ex-jogadores do Dínamo de Kiev: Rodrigo, que andou por São Paulo, Flamengo e hoje joga no Grêmio, e Corrêa, que após tentar a sorte na capital ucraniana disputou o último Brasileirão pelo Atlético-MG.


Por isso apoio o volante Sandro na sua ida para o Tottenham, da Inglaterra. Se mostrar um bom futebol e firmar-se como titular, quem sabe não chame a atenção de um dos grandes clubes da terra da rainha e assuma, daqui alguns anos, as vagas que deixarão os veteranos Scholes, do Manchester United, ou Lampard, do Chelsea.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Dunga neles!


É, não vai ser dessa vez que vou participar de minha primeira Copa do Mundo. Após momentos de ansiedade durante o almoço de hoje, vi que Dunga e seu auxiliar Jorginho não acompanharam minhas peladas lá nos gramados sintéticos do Jesus e, assim, não me fiz presente na lista dos convocados. Talvez participe da Copa de 2014, no Brasil, quando já estarei formado e trabalhando com jornalista.


Deixadas as brincadeiras de lado, destaco aqui alguns pontos sobre a convocação da Seleção Brasileira que viajará em breve para a África do Sul. Seguindo sua linha de pensamento, Dunga só relacionou entre os 23 convocados jogadores que já haviam sido testados anteriormente e que corresponderam. Ponto positivo. Mas e no caso de precisar reverter um resultado negativo durante algum jogo? O que fazer? Faltou na lista um jogador que bata no peito, entre em campo e realmente tenha condições de virar um jogo. Ou será que Dunga espera isso de Kléberson, Júlio Baptista e Grafite? Que fosse Paulo Henrique Ganso, ou até mesmo Ronaldinho Gaúcho. Mas, e há um mas em tudo, a Seleção Brasileira é muito forte defensivamente. E todos sabem que, não tomando gols, não se perde jogo.



Se Dunga tiver a convicção de que está certo, e mantiver o grupo na mão, o Brasil tem boas chances de ser campeão. Então, força Dunga, força Brasil, e rumo ao hexa!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Achados & Perdidos: Goycochea


Sergio Javier Goycochea nasceu na cidade de Lima, na Argentina, em 17 de outubro de 1963. Começou a carreira futebolística no River Plate(ARG), onde atuou de 1983 a 1988. Lá, em 1985, conquistou o campeonato argentino, ganhando no ano seguinte a Copa Libertadores e o Mundial Interclubes. Até chegar ao Internacional de Porto Alegre, em 1995, Goycochea perambulou por Millionários(COL), Racing(ARG), Brest(FRA), Cerro Porteño(PAR), Olímpia(PAR) e Mandiyú(Costa Rica). Nesse tempo disputou as Copas da Itália, em 1990, e dos Estados Unidos, em 1994. Jogou em Porto Alegre do início de 1995 até a metade de 1996. Apesar de não ter ganho um título de grande expressão defendendo o Inter, Goycochea é lembrado por bons momentos com a camisa colorada. Jogou ainda pelo Velez Sarsfield(ARG), onde conquistou o Torneio Clausura de 1996, e abandonou a carreira em 1998 defendendo as cores do Newell's Old Boys(ARG).


Hoje, Goycochea atua como jornalista esportivo na Argentina. Participava do antigo programa de entrevistas de Diego Maradona.

Achados e perdidos: Marcelo Labarthe


Marcelo Martini Labarthe nasceu em Porto Alegre(RS) no dia 12 de agosto de 1984. Começou sua carreira profissional no Internacional, em 2004. No início de 2005, foi para o Sporting de Lisboa como parte do pagamento pelo passe de Tinga. Como não agradou muito na capital portuguesa, acabou emprestado ao Beira-Mar e depois ao Vitória de Setúbal. Até que em agosto de 2007, o Grêmio o contratou por empréstimo junto ao Sporting. Jogou no tricolor até o final da temporada, sendo aproveitado em algumas partidas como titular da equipe. Voltando à Portugal, apenas treinou durante o ano de 2008, aguardando propostas de outros clubes.


No início de 2009, o volante teve seus direitos federativos comprados pelo Ventforet Kofu(JAP). Em setembro do mesmo ano, foi contratado por empréstimo pelo Uberlândia(MG), onde permanece. Disputou a Taça Minas Gerais e o Campeonato Mineiro de 2010.

Achados e perdidos: Paulo Nunes


Arilson de Paula Nunes, o famoso Paulo Nunes, nasceu em 30/10/1971 em Pontalina(GO). Foi revelado nas categorias de base do Flamengo, onde jogou de 1990 a 1994. Em 1995 transferiu-se para o Grêmio, onde ao lado de Jardel fez uma das melhores duplas de ataque do tricolor gaúcho. Atuou ainda por Benfica(POR), Palmeiras, Corinthians, Gama, Al Nassr(Arábia Saudita) e Mogi Mirim, clube pelo qual encerrou a carreira em 2003.

Hoje, Paulo Nunes mora em Goiânia, onde tem uma fazenda, um restaurante e alguns negócios imobiliários. Tem três filhos, dos quais um joga no juvenil do Flamengo e outro participa de uma oficina de atores da Rede Globo. O ex-atacante também participa de partidas de Showbol, onde atua pelo Grêmio.

Estrela solitária e a decadência dos cariocas


Terminados os principais campeonatos estaduais, chega a fase das escolhas e premiações dos melhores de cada competição.


O Botafogo sagrou-se campeão carioca ao vencer os dois turnos do campeonato. Como reflexo da campanha brilhante, emplacou cinco jogadores entre os onze melhores do certame. Até então tudo normal, não fosse a situação curiosa de que, dos cinco representantes botafoguenses, quatro são jogadores que não deram certo no futebol gaúcho e foram embora sem deixar muitas saudade. Os ex-gremistas Fábio Ferreira e Herrera e os ex-colorados Marcelo Cordeiro e Leandro Guerreiro foram os destaques do Botafogo, juntamente com o goleiro Jéfferson.


Como esperar boa campanha dos cariocas no Campeonato Brasileiro deste ano, já que os destaques do melhor time são jogadores de qualidade extremamente duvidosa? Difícil acreditar que não deram certo por aqui apenas por problemas de adaptação...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Um dia após o outro

Bem que dizem que não há nada como um dia após o outro...


Como havia dito na postagem de sexta-feira, tinha muito medo do jogo de ontem. O Inter vinha numa fase crescente, e o Grêmio andou mal das pernas nessa reta final de campeonato. Mas, e há um mas em tudo, como diria o amigo Hiltor Mombach, o Grêmio acertou dois testaços no arco do castelhano Pato Abbondanzieri e, assim, deu um grande passo rumo ao título do Gauchão.


Rodrigo e Borges fizeram os gols do tricolor, de cabeça, num Beira-Rio lotado de colorados fanáticos e esperançosos. Heróis da vitória? Talvez não. Jorge Fossati também brilhou nessa primeira partida da final, e interferiu também na segunda partida, que será disputada no próximo domingo no Olímpico. O técnico uruguaio, desesperado em busca da vitória, sacou o volante Sandro da equipe para colocar mais um atacante. Fez isso também com D'Alessandro. Assim o Inter ficou com quatro atacantes em campo, e apenas dois no meio-de-campo. O que aconteceu foi que Guiñazú ficou sozinho na marcação dos cinco meio-campistas do Grêmio, e acabou tomando amarelo. Como estava pendurado, não jogará a próxima partida.


Não tenho pretensão aqui de ensinar Fossati a treinar um time de futebol, até porque ele tem no currículo bem mais que meu campeonato de futebol de areia lá na pacata São Gabriel, mas em um time que tem decidido os jogos a seu favor graças aos arremates precisos de fora da área de seus meio-campistas, não adianta rechear a área de centroavantes trombadores sem característica de armação. Tanto que eles mal tocaram na bola enquanto estiveram em campo.


Agora me resta apenas esperar o domingo, com o coração infinitamente mais aliviado do que no último final de semana.

Goleiro, uma profissão para poucos

Qualquer um pode jogar na frente, na lateral, no meio ou na defesa, improvisado e se dar bem. Mas para se dar bem debaixo do arco são outros quinhentos. Até porque, geralmente quando se é mandado para o gol é de contragosto.


Há pouco eu não entendia porque alguém decidia ser goleiro. Uma criança diz: _quero ser goleiro. Só goleiro, nãos esses que batem falta, pênalti e a cada jogo fazem milagres salvadores. Decidem ser goleiro e enfrentar as paradinhas, as jogadas ensaiadas, que desmontam qualquer barreira. Não conseguia entender porque, afinal, alguém queria jogar contando apenas com três amigos: as duas traves e o travessão, sendo que muitas vezes esses amigos o traem.


Quem me respondeu foi meu primo, de apenas 10 anos. Ele me disse que era goleiro. Achei que seria meia ou zagueiro, mas não. Preferiu jogar com a camisa 1 nas costas e as havaianas nas mãos. Perguntei por que ele decidiu ser goleiro e o garotinho respondeu na lata com a sinceridade, espontaneidade e razão que sua idade lhe confere:


_Eu gosto de defender. Meus colegas jogam melhor que eu; e eu ataco melhor que todos.


Na verdade ele já dava indícios. Eu que não queria enxergar. Era por isso que ele usava aquele pedaço de couro no joelho das calças.


Tem nome de craque. Renah é o nome dele. Guardem esse nome.


Parabéns, Renah. 26 de abril é o teu dia. O dia de uma das profissões mais difíceis, depois, é claro, de minerador e de marido de mulher autoritária. Essas sim são as profissões mais estressantes e complicadas que já inventaram no mundo inteiro.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O grande duelo: Abbondanzieri vs Victor

O Internacional favorito no clássico GreNal desse final de semana no Beira Rio. FAVORITAÇO! Vai ganhar por que é melhor que o time da Azenha. Vai ganhar por que está em melhor fase. Por que tem mais estrela. Se tiver sorte vai ganhar com um escore elevado que garantirá, já no primeiro encontro, a taça do Gauchão 2010. Mas se isso não acontecer não vai ser fácil segurar o Grêmio de Douglas com seus passes para Borges e Jonas no Olímpico.


Tenho mais medo do Jonas que do Borges, pois os gols que o Inter costuma tomar são justamente os gols que Jonas converte: bate, rebate e gol.


Mesmo assim aposto no Colorado. Tá na pedra.


Fiz uma comparações entre todos os jogadores da dupla que vão para a partida. Das 11 posições, os jogadores do Internacional levam vantagem sobre seus correspondentes em, pelo menos 8. Expliquei cada vantagem e desvantagem, mas vou resumir.


Os zagueiros: 1x1. Mário Fernandes melhor que Bolívar; Sorondo Melhor que Rodrigo.


Nas laterais o Inter é melhor nas duas, com ou sem Fábio Santos. Fossati deve usar bastante as laterais nessa partida.


Nas 4 posições da meia cancha o time colorado é superior em todas. Digo mais: O pior do Inter é melhor que o melhor do tricolor.


No ataque o Grêmio leva vantagem. Tem dois atacantes mais eficientes que os dois do Inter, mas vale lembrar que não tem reservas.


E os Goleiros? Abbondanzieri VS Victor


Esse é o duelo Gre-Nal. São eles quem irão decidir a partida de domingo. Victor tem tudo para se destacar positivamente, ao contraio de Pato. Somando a soberania colorada à estrela do argentino, subtraindo os rebotes... o q posso dizer?


Abbondanzieri vai soltar a bola para Jonas marcar um gol, vai rezar para o Inter fazer mais gols e vai segurar, milagrosamente, a vitória colorada.


E digo mais..

Não tá morto quem peleia...

Vivemos a semana Gre-Nal. E, como sempre, é época de discussões que por vezes geram brigas. E aqui vai mais um pitaco pra esse esperado jogo de domingo, no Beira-Rio.


No papel, o time do Inter é, sim, infinitamente melhor que o do Grêmio. Após as últimas atuações da dupla, o que constatamos é que dentro de campo, o colorado também está melhor. Venceu e convenceu nos seus dois últimos jogos, contra Pelotas e Deportivo Quito. D'Alessandro voltou a mostrar o belo futebol que fez Fernando Carvalho buscá-lo para compor a meia cancha colorada e Andrezinho finalmente foi declarado titular pelo treinador Fossati. Andrezinho este que sempre que entrou em campo, encheu os olhos do torcedor colorado. Sem falar na fase boa e de confiança em que se encontram Bolívar, Giuliano, Walter, Alecsandro...


Já o Grêmio, que encantou o Rio Grande do Sul no primeiro turno do Gauchão, eliminou mal e porcamente na Copa do Brasil o fraco time do Avaí. Exibiu um futebol patético e preguiçoso nas últimas duas partidas disputadas. Ainda por cima, contará com os desfalques de Maylson, machucado, e Douglas, que cumpre suspensão automática. E como se não bastasse isso, o incrível treinador Silas, desprovido de muita sabedoria futebolística, cogita escalar Fábio Rochemback para substituir Douglas. Não sei se espero o pior de Rochemback de volante, ou improvisado na meia.


Por essas e outras, que meu coração gremista já está preparado para sofrer no próximo domingo...

domingo, 18 de abril de 2010

As (in)certezas de Fossati

Algumas pessoas tem convicções que não consigo compreender. Acreditam em suas teses como verdades de mãe. E mãe não mente.


Uma vez um amigo contou que conhecia um lugar em São Gabriel onde os pés de soja alcançavam dois metros de altura. Ninguém acreditou nessa história sem cabimento, já que estávamos todos de borracheira, mas rendeu boas risadas a noite inteira. Mas o que me impressionou foi que no outro dia ele reafirmou essa história. Ainda acrescentou que tinha visto “com esses olhos verdes que um dia a terra há de comer”.


Essa história mirabolante do meu amigo não o prejudica em nada. Já o treinador do Internacional, Jorge Fossati, que assim como o Tiago, carrega certezas duvidáveis está em uma profissão -mais que isso- em uma situação em que algumas convicções furadas podem afundá-lo.


O sistema 3-5-2, por exemplo. Tudo bem que no plantel colorado há zagueiros que jogam como laterais e laterais que “curtem uma de ponta”. E que tudo isso junto favorece o treinador a mudar o esquema de jogo da equipe com apenas dois ou três sinais para o campo, mas será que ele não percebe que quando joga com três zagueiros toma gols e logo em seguida vê-se obrigado a impor o 4-4-2 ou até mesmo 4-3-3 para recuperar o escore e geralmente da certo, como hoje contra o Pelotas, na decisão da Taça Fábio Koff.


Só não entendo por que ele não inicia todos os jogos com o eficiente 4-4-2, que é o esquema de ganhar jogo. Assim o Inter poderia garantir a vitória já no primeiro tempo e, se seu capricho exigir , que mude para 3-5-2 no final de jogo, tome o gol e mantenha os três pontos da vitória e a paz na casa-mata.


O jogo de hoje como exemplo:

_Primeiro tempo: Enquanto tinha três zagueiros o Pelotas teve duas chances de gols. Converteu as duas. Antes do intervalo Bolívar diminuiu a vantagem dos visitantes. 2 a 1.

_Segundo tempo: Depois de mudar alguns jogadores e o esquema para 4-3-3, o Pelotas não teve sequer uma única chance de gol, já o colorado fez dois (com Edu e D’Alessandro, que entraram no segundo tempo), virando o jogo para 3 a 2. Vitória colorada e Fábio Koff de novo no Beira Rio.

Agora é final, gurizada.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Jonas: finalmente uma unanimidade

Jonas, vice-artilheiro da Série B do Campeonato Brasileiro de 2006 pelo Guarani, foi jogar no Santos que tinha recém perdido Robinho para o futebol europeu. Na Vila Belmiro, jogou algumas partidas medianas, mas não chegou aos pés de Robinho, considerado o sucessor de Pelé e que deixou saudades na Baixada Santista.


Contratado pelo Grêmio, não vingou e foi repassado a Portuguesa por empréstimo, para jogar ao lado dos ex-gremistas Patrício e Bruno Teles. Após uma boa passagem pela Lusa, onde marcou muitos gols, voltou a Porto Alegre e, no início de 2009, era considerado uma moeda de troca do time gaúcho, que já contava com uma dupla de ataque de encher os olhos de qualquer torcedor: Máxi Lopez e Alex Mineiro.


Aconteceu que o Alex do tricolor gaúcho não lembrou em nada o centroavante goleador dos tempos de Atlético-MG, Palmeiras e Atlético-PR. Assim Jonas foi ganhando espaço durante a Copa Libertadores da América. Ao errar um dos gols mais feitos da história do futebol, contra o Boyacá Chicó, foi eleito pela crítica internacional o pior atacante do mundo. Mas Jonas não se deixou abalar e garantiu sua titularidade durante o Brasileirão do ano passado. Disputou a artilharia do campeonato com goleadores natos, como Adriano e Diego Tardelli, e chegou a liderar a lista dos melhores marcadores. Porém, faltando pouco mais de dez rodadas, o atacante sofreu uma lesão que o tirou do restante do certame.


Ainda na lembrança da torcida tricolor pelos gols marcados na temporada passada, começou 2010 novamente na sombra de outros atacantes. Leandro e Borges foram contratados para formarem a dupla de ataque. Mas dessa vez não demorou para mostrar serviço. Leandro foi deslocado para o meio-campo, e Jonas assumiu seu lugar na frente. Junto com Borges, é a certeza de gol gremista no Gauchão e na Copa do Brasil, e a esperança de vitórias no Campeonato Brasileiro deste ano.

sábado, 27 de março de 2010

Quero o Dourado no Inter

O Internacional vai cometer novamente o erro do ano passado. Não vai trocar de treinador em tempo de reabilitação nas competições que disputa. Ano passado só optou por Mário Sérgio depois de perceber que não conseguiriam (apesar da insistência) mais nada no Brasileirão com o Tite.

Não vou dizer que é fácil. O Muricy Ramalho, mesmo. É o nome mais citado e aclamado pelos torcedores colorados e não é descartado pela diretoria. Muricy foi quem montou o time que foi campeão mundial em 2006 com Abel Braga. Mas a direção é um tanto receosa por sua contratação, já que se Muricy assumir o time em meio à Libertadores e não conquistar o título não faltará quem lembre que ele nunca consegui progredir o esperado em torneios com mata-matas, motivo suficiente para ser demitido do São Paulo, onde foi tri campeão brasileiro.

Mas agora eu torço para que o gaúcho Marcelo Dourado saia do Big Brother Brasil. É ele quem dita o ritmo da casa mais vigiada do Brasil. Se o Dourado sair hoje da casa, espero que a direção colorada tome a decisão que considero a mais acertada, contratá-lo para o lugar do Fossati. Falam que o que falta no Internacional é uma liderança (já não temos Pato Abbondanzieri, Sorondo, Guiñazú ?) então que contratem o colorado Dourado, paguem o um milhão e meio pelo seu passe. Vale. Ele vale o um milhão e meio.

De quebra, talvez eles (Dourado e Di Cesar) se encontrem em outros paredões em grenais. Dourado na casa mata, Di Cesar na Coligay.

Para tudo. Dourado ficou. Já saiu ganhando a primeira disputa. Pena é que o Inter vai ter que esperar um pouco mais. Em contraponto os tricolores podem ganhar mais um na avalanche.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Apoio a Silas...

Muitas vezes não adianta, para um treinador de futebol, somente vencer jogos. Para ter seu trabalho reconhecido, tem que contar com o apoio da torcida.

Marcelo Rospide, auxiliar-técnico, do Grêmio, substituiu Celso Roth e Paulo Autuori, quando das suas demissões. E mostrou muito bom resultado. Assim, caiu no agrado da torcida, e a maioria dos gremistas exigia ele na condição de treinador ao final do Campeonato Brasileiro de 2009. Mas a direção contratou, dentre vários candidatos, o ex-jogador Silas, que estava no Avaí de Santa Catarina.

Silas conquistou hoje sua 12ª vitória consecutiva. E isso não é o bastante? Não! A cada jogo tem a obrigação de vencer, e cada vez com maior facilidade. Talvez seja a sombra de Rospide, talvez não. Mas mesmo com desfalques importantes, como Souza, Leandro e Hugo, o Grêmio é o líder na classificação geral do Campeonato Gaúcho. E o treinador segue contestado...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Ronaldinho Gaúcho na África?

Chegando o dia da divulgação da lista definitiva dos convocados para a Copa do Mundo, uma polêmica está presente no país inteiro em qualquer conversa informal. Dunga levará Ronaldinho Gaúcho para a Copa? E deveria levar?

Sempre nessa época de pré-convocação, existe tensão e polêmica na escolha final dos convocados. Em 2002, no pentacampeonato conquistado no Mundial da Coréia e do Japão, a imprensa e o povo pressionavam pela convocação de Romário. Felipão não atendeu aos pedidos, deixou o Baixinho de fora, e foi campeão.

Mesmo com um futebol não considerado bonito, a Seleção Brasileira vem numa sequência de vitórias de dar medo em qualquer adversário. Isso não é o bastante para os torcedores confiarem nos jogadores que vem participando da equipe nestes últimos jogos? Não! Imploram Ronaldinho Gaúcho.

No auge de sua carreira, foi eleito por dois anos consecutivos o melhor jogador do planeta. Mas jogando pela Seleção, nunca repetiu o bom futebol que exibia no Barcelona. Alguém lembra disso? Eu lembro!

domingo, 7 de março de 2010

Ferdinando não!

Victor; Edílson, Mário Fernandes, Rodrigo e Bruno Collaço; Willian Magrão, Fábio Rochemback, Maylson e Hugo; Jonas e William.

Este foi o time escalado por Silas para a estreia do Grêmio no segundo turno do Campeonato Gaúcho, contra o Avenida da última quarta-feira. O time não contou com Túlio, Souza, Leandro e Borges, machucados, além de Douglas e Fábio Santos, poupados pelo treinador. Há quem diga que Ferdinando também foi poupado. Prefiro acreditar, pelo menos até a próxima partida, que ele perdeu a vaga para Willian Magrão.

Nunca fui fã do futebol de Ferdinando, volante de 29 anos que o Grêmio trouxe do Avaí no início da temporada, mas estava fácil criticá-lo durante o tempo em que ele errava passes, fazia faltas desnecessárias, furava em bola, era lento...enfim, estava fácil. O mesmo anjo que ajudou Adriano Gabiru a fazer o gol na final do Mundial Interclubes, em 2006, deve ter dado uma passadinha no Estádio Olímpico no último domingo, antes de uma cobrança de falta do Grêmio em frente a área do Novo Hamburgo.

Ferdinando cobrou e marcou o gol que deu o título da Taça Fernando Carvalho (1º turno do Gauchão) para o tricolor da capital. Foi festejado após a partida e abraçado pela torcida, mas está longe de ser uma unanimidade no meio-campo gremista.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Memórias de um torcedor apaixonado

Corria março do ano de 2004. Era a segunda fase da Copa do Brasil. Em tempo, o São Gabriel já havia eliminado na primeira etapa da competição o Figueirense, time de primeira divisão nacional, e classificou-se para enfrentar o Palmeiras.

O humilde São Gabriel Futebol Clube, treinado por Jorge Anadon, depositava suas fichas na dupla de ataque Luciano Fonseca e Alê Menezes, além da segurança do zagueiro Darzone. Já o Palestra Itália, comandado por Jair Picerni, tinha em seu plantel, além do goleiro pentacampeão Marcos(que estava lesionado), Diego Cavalieri, Lúcio(atualmente no Grêmio), Corrêa, Magrão, Muñoz e Vágner Love. Os jogadores do clube gaúcho eram chamados de mortos de fome pela torcida organizada do Palmeiras.

Pois os mortos de fome avançaram como cães ferozes nos jogadores do time paulista, e logo aos 3 minutos de jogo, Alê Menezes marcou o primeiro gol da partida e incendiou a torcida gabrielense, embora tivessem alguns ainda na fila da bilheteria. Vágner Love era perseguido de perto por Darzone, que atuando como um líbero, tinha a função de não deixar o atacante palmeirense tocar na bola. E assim aconteceu... Então, perto da meia hora de jogo, Luciano Fonseca cruza para a área e novamente o centroavante Alê Menezes antecipa o zagueiro Nen e empurra para as redes do estádio Sílvio de Faria Corrêa.

Começa o segundo tempo, com o time gaúcho fechado na defesa e o alviverde pressionando, porém sem chances concretas de gol. Logo no início da segunda etapa, o zagueiro Alex foi expulso e deixou o São Gabriel com um jogador a menos. Sem deixar a zaga descoberta em momento algum, o clube gaúcho manteve tranquilamente a vitória até os 44 minutos. Corrêa avançou pela direita e cruzou despretensiosamente para a área, porém a bola tocou em Darzone e enganou o goleiro Altieri, morrendo no fundo das redes. Mas este gol dos paulistas não tirou a alegria dos gaúchos, que cantavam o hino do clube nas arquibancadas.

Então o árbitro Lourival Dias Lima Filho, para desespero dos torcedores, levantou o braço e indicou sete minutos de acréscimo, devido as paradas por expulsão e cera da equipe sulina. O estádio tremia, as pessoas tremiam. O jogo parecia interminável até que, aos 51 minutos, numa bola alçada na área do São Gabriel, Pansera encosta a mão na bola e o juiz baiano, sem titubear, marca o pênalti. Magrão ajeitou a bola com carinho, distanciou-se sete passos da bola e correu para bater rasteiro e firme no canto esquerdo do goleiro Altieri. Sim, eu disse canto do goleiro, porque ali ele pulou e espalmou a bola pela linha de fundo.

A bola mal cruzava a risca da linha de fundo, e o goleiro Altieri já era abraçado e festejado pelos seus companheiros e pelos cerca de 500 torcedores que derrubaram a tela e invadiram o gramado. Minha vontade neste momento era de estar no meio do povo, comemorando com o goleiro. Mas no auge dos 13 anos, quando seu pai diz “não”, é o “não” que prevalece.

Ao árbitro nada mais restou, a não ser apitar o final da partida e ir para o vestiário. Se bem que nessas alturas do campeonato ninguém lembrava mais dos sete minutos de acréscimo, tampouco do pênalti marcado, e o juiz poderia ficar por ali curtindo a festa, na comemoração que foi a maior da história do nosso São Gabriel Futebol Clube.





TEXTO PUBLICADO NO DIÁRIO DE SANTA MARIA, DE SANTA MARIA-RS, NO DIA 19 DE FEVEREIRO, E NO CENÁRIO DE NOTÍCIAS, DE SÃO GABRIEL-RS, NO DIA 24 DE FEVEREIRO DE 2010.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Nova safra na Azenha

A passagem de Paulo Autuori pelo Estádio Olímpico não deixou muita saudade para os torcedores do Grêmio, mas deixou uma herança importante: a metodologia de treinamentos em busca de um modelo de jogo perfeito aliada ao aproveitamento maior dos jovens jogadores no time principal.

"O Autuori deixou um legado muito grande aqui. A interferência dele foi colocar vários garotos treinando no profissional. Além disso, seguimos investindo na base os fundamentos para formar os jogadores em cima de três vetores: técnica, tática e inteligência. O objetivo nesse último aspecto é fazer o jogador entender melhor uma palestra e entender a proposta do jogo", revela Paulo Deitos, assessor de futebol das categorias de base.

Enquanto esteve no Grêmio, Autuori na maioria das vezes utilizou o esquema com duas linhas de quatro. Nas divisões inferiores, a tendência é pela manutenção do sistema. "Estamos descaracterizando a nossa cultura que era do 4-3-3 e, depois, do 4-4-2. Hoje, muita gente joga com três zagueiros, o que causa um desequilíbrio. No Grêmio, a prioridade é o 4-4-2", afirma Edson Aguiar, coordenador técnico da base gremista, profissional que veio com Paulo Autuori e que permanece no clube. O modelo de jogo está sustentado em quatro pilares: organização ofensiva, transição ataque-defesa, organização defensiva e transição defesa-ataque. Todas as seis categorias, do sub-12 ao sub-20, utilizam este método.

Andrey Lopes, treinador do time campeão brasileiro sub-20, tenta explicar o motivo da carência de laterais e meias, aspecto destacado por Autuori. "Quando tem um lateral bom, a gente acaba levando pro meio. E quando se opta por três zagueiros, acabamos não formando laterais e, sim, alas", admite. Posição carente no time principal, a lateral-direita é uma raridade no Olímpico. A bola da vez é Spessato, de 19 anos. "Estamos tentando formá-lo, mas com cuidado para não queimar etapas", explica Lopes. Saimon deverá ser aproveitado na zaga, assim como Neuton, destaque no miolo da defesa. No ataque, as apostas recaem sobre Bérgson, já chamado por Silas para o grupo profissional.