quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Recuerdos de uma infância não tão remota


No último sábado, meu pai e eu fomos ao campo do Ginásio, em frente à nossa casa, para acompanhar a final do Campeonato Brasileiro do Ginásio São Gabriel. Naquelas quase duas horas, o jogo passou por mim quase que despercebido. Claro que não pude deixar de ver os golaços do Mota, driblando dois zagueiros, e o do Mano, que acertou o ângulo numa cobrança de falta.

O que me fez deixar o jogo de lado, foi o grande número de lembranças boas que carregava ali daquele campo, talvez daquele mesmo lugar na arquibancada. Durante quase 10 anos da minha vida, era rara a tarde de sábado em que eu não passava lá, na arquibancada, esperando os 10 minutos de intervalo entre os jogos, para arriscar meus primeiros chutes à gol.

No tempo em que o melhor time começava pela zaga comandada por Odilson e Ná, com Serrinha na lateral, João Cusco no meio e Chicão de centroavante. Mas uma zaga com Cilon e Chinês também amedrontava os atacantes. No apito, o Marec. Caso ele se complicasse no comando, o eterno respeitado Irmão Aurélio tava ali pra dar o apoio.

O campeonato originalmente era disputado apenas por pais de alunos da extinta Escola Marista. Com o passar dos anos, os filhos se formavam e ficava a vontade de seguir naquele ambiente, praticando esporte e cultivando amizades. Então aceitou-se a entrada de atletas sem filhos matriculados, mas que tivessem uma idade mínima estabelecida pela APM, a Associação de Pais e Mestres.

Para jogar no Ginásio, não precisava ser bom jogador. Sempre bastou ser bom companheiro. Se o chute era torto e ganhava as telhas do Menna Barreto, o gandula Natureza tava sempre pronto no pé da escada para buscar a bola. Na "panelinha", normalmente posicionada embaixo do pé de jambolão, sempre estavam ótimos piadistas que, ao me enxergarem entrando com o pai pelo portão lateral com a bola da Coca-Cola embaixo do braço, já mandavam a charada: "-Ô Caco, não traz o teu guri que ele desaprende a jogar". E o pai repicava: "-Capaz, esse aqui vai puxar a mim".

Como o pai não jogava muita coisa, as duas frases reproduzidas significam quase a mesma coisa. E entre lembranças e mates, ia passando a tarde do sábado, até que escuto um grito debaixo do tal pé de jambolão, hoje bem maior: "-Caquinho, busca uma cerveja ali pro tio". É, tudo continua igual...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

De qualquer forma, no sofá!


Chegamos a mais uma quarta-feira, tradicional dia do namoro no sofá, mas que para os desportistas tem outro significado: dia do futebol.

Nesta noite, acontece a finalíssima da 50ª edição da Copa Libertadores da América, entre Internacional, do Brasil, e Deportivo Guadalajara, conhecido como Chivas, do México. O nome do torneio homenageia os principais líderes da independência dos países da América do Sul: José de San Martín, Simon Bolívar, José Artigas, Antonio José de Sucre, Bernardo O'Higgins e o nosso Dom Pedro I. Se o torneio é sul-americano, e homenageia líderes sul-americanos, por que raios temos um mexicano na final? Porque desde que começou a ser patrocinada pela japonesa Toyota (hoje são os espanhóis do Santander) a competição aceita times mexicanos como convidados, mas que não disputam a vaga para o Mundial de Clubes da FIFA, por concorrerem às vagas destinadas à CONCACAF.

Começa por aí a lambança, visto que o Internacional joga a final da tradicional Libertadores com a vaga garantida para o Mundial, que esse ano será em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Outro absurdo ocorreu na primeira partida da final, no moderno e novo estádio Omnilife, na região metropolitana de Guadalajara. Apesar de tudo indicar que o futuro do futebol terá bolas chipadas rolando em gramados de plástico, não é correto fazer experiências em uma final importante.

Apesar de pequenas dúvidas relativas à lesões, os dois times estão praticamente definidos e se enfrentam logo mais, às 22h, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. E nós estaremos, de qualquer forma, no sofá...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Outra vez, Renato!


Após uma sequência de resultados negativos, Silas foi demitido do Grêmio. Primeiro dos problemas: a época. Desde a primeira balançada do treinador, até o jogo deste domingo, bons nomes estiveram disponíveis no mercado, para comandar o tricolor. Mas Silas tinha o respaldo de Luís Onofre Meira, diretor de futebol, e assim ia ficando. Agora, que os principais treinadores do país estão empregados, o presidente Duda Kroeff decidiu renovar o futebol, e nisso entende-se treinador, auxiliar e diretor.

Disputada quase a metade do Campeonato Brasileiro, o Grêmio ocupa a 18ª posição do campeonato, mas conta no elenco com jogadores que seriam titular nos clubes da primeira divisão. O que falta então? A torcida sempre achou que era motivação, e pelo jeito convenceram o presidente. Tanto que o escolhido para a função foi Renato Portaluppi, o autor do gol do título mundial. Renato está longe de ser considerado um excelente treinador, mas certamente tirará o tricolor desta situação, como bom motivador que é, e também por ser apaixonado pelo Grêmio. Tanto, que pensou até em não aceitar a proposta, com medo de decepcionar a torcida gremista. Mas chega à capital nesta quarta-feira, e já começa os trabalhos no jogo de volta contra o Goiás, na quinta, válido pela Copa Sul-Americana.