domingo, 4 de novembro de 2012

São quase oitenta anos...


São quase oitenta anos. Quarta parte destes, tive a satisfação de passar lado dela. Copa do Mundo de 1998, Brasil e Holanda, semifinais. Na decisão por pênaltis, nos escondemos atrás do sofá e apenas ouvimos Galvão Bueno entonar um “Sai que suuuuuuua, Taffarel”, no melhor jogo daquele torneio. Lembro da sincera relação de amor e ódio dela pelo Rivaldo. Se errasse, era um debilóide. Ao fazer um gol, tinha seu rosto beijado na tela da Phillips 29”, lançamento da época. Montamos nosso campinho de futebol em um corredor de um metro e meio por uns cinco ou seis. Me sentia no Estádio Olímpico até que, num canhotaço, quebrei uma das canecas de chopp que decoravam o costado da janela. Foi o último futebol no corredor. 


Teve a vez que eu comprei flores em comemoração a seu aniversário, e ela me fez voltar na porta por diversas vezes, até tirar uma foto do momento. Acertou, porque acho que nunca mais dei flores. A Miss Alegrete mais carioca que já existiu, é formada em biblioteconomia e torce pro Fluminense. Eu adorava contar isso, embora até hoje não saiba exatamente o que uma biblioteconomista faz. Cinco filhos. Gêmeos, gêmeas, e o do meio(que por sinal é meu pai). Uma vez me contaram que ela tinha ovulação dupla, e assim o do meio teria perdido seu companheiro. Pode ser. Nos últimos anos, tornou-se referência familiar em política nacional. Nas imagens da TV Senado, desfila pelo Congresso a elegância da miss com a inteligência da biblioteconomista(:D). Alimenta um amor platônico por Arthur Virgílio, talvez o maior opositor que Lula já teve em Brasília e prefeito eleito de Manaus, ao ponto de assistir ao horário eleitoral manauara, sem falhar, e levar à mesa do almoço grandes discussões sobre qual seria o futuro de Manaus nas mãos de Vanessa Grazziotin. Uma vez por mês, médico em Porto Alegre. Tenho pra mim que o ar da cidade grande, o shopping e o café com as amigas a renovem muito mais do que qualquer consulta com o Dr Nelson Roithmann. A voz rouca, talvez da época dos maços de Free vermelho, normalmente acerta na terceira chance. Sempre atendi os chamados de “Érico, Jê, Ju”. Legal é ouvir que a “Stellena” vai chegar no feriado. É sinal de casa cheia, apesar de não saber exatamente se é a Stella ou a Helena.

Marlene de Assis Brasil, ou Marlene da Silveira Corrêa Pires. Os nomes são dois, a vó uma. E neste mês de novembro, comemora 79 anos. Daqui de São Borja, teu neto mais velho te deseja os mais felizes e sinceros parabéns, e um feliz aniversário. Semana que vem estaremos juntos. Um grande beijo!


Juliano Medeiros de Assis Brasil